segunda-feira, 8 de junho de 2009

A gente se acostuma.

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.

A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto.

A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.

A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

time.

faz tempo que não passo por aqui, né. mas é por falta de tempo, e não por esquecimento.
(na verdade, é falta de tempo e falta de ânimo, to)

tenho que estudar :~

quinta-feira, 14 de maio de 2009

ultimamente só tá chovendo nessa cidade, meu Deus! >.< eu tomei dois banhos seguidos, cara.. vou ficar doente.
eu sinto saudade de tanta coisa :~ do ano passado, dos meus amigos (os verdadeiros, obrigada). tem gente na minha vida que poderia fazer o favor de desaparecer do mapa, simplesmente sumir, evaporar, PUFF. sério, não aguento falsidade, e eu tô legal disso. (Y) mas enfim, tirando isso.. minha vida tá até que se acertando. tirando o fato de que eu estou estudando que nem uma condenada, mas né.. faz parte.

enquanto ela não se acerta por completo, eu vou em busca da "perfeição" ou sei lá como vocês chamam isso.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

sexta-feira, 1 de maio de 2009

segunda-feira, 27 de abril de 2009

conto de farsas

tô cansada de tudo isso. tudo na minha vida parece ser descartável. amigos, relações, família, TU-DO. sabe quanto tu sente que as pessoas tão te ignorando? que elas não prestam atenção em ti? que tu só tá existindo, e que tu não faz diferença alguma na vida dessas pessoas? vai parecer emo o que eu vou falar, eu sei, mas é como eu tô me sentindo agora. como se eu fosse um manequim, que as pessoas olham mas não dão importância alguma. ultimamente meus 'amigos' não perguntam nem como eu tô, só querem saber de me contar os problemas, como se eu fosse um confessionário.. mas eu acho que um terço (ou mais) da culpa é minha, porque eu finjo sorrisos, finjo estar de bom-humor sempre. mas eu também finjo me importar com os problemas deles. egocentrismo? talvez. mas eu sinto que se não for assim, as coisas só tendem a piorar. é, tô numa fossa danada.

desabafei.
18 dias.

domingo, 26 de abril de 2009

heaven or hell?

EU PRECISO DE FÉRIAS.


19 dias.